Concessão do monotrilho é devolvida ao Município

A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira, 29, pelos representantes da empresa J. Ferreira que tinha a concessão do monotrilho por 50 anos que desistiram do contrato durante uma audiência de instrução e julgamento.

Com a desistência a empresa abriu mão de indenizações ou ressarcimento pelos investimentos realizados desde 1981 quando o contrato foi assinado.

Ainda na audiência os representantes da empresa se comprometeram em concluir a manutenção de uma das pilastras de sustentação da estrutura do monotrilho iniciada em dezembro de 2018 próximo à antiga padaria Pão Pão na Avenida João Pinheiro.

Com a decisão, toda estrutura que compreende o monotrilho passa a ser de responsabilidade da Prefeitura. Assunto este que deve ser mais detalhado durante uma entrevista coletiva convocada pelo prefeito Sergio Azevedo no início da tarde desta quarta-feira, 30.

Criado para ser um meio de transporte alternativo e também turístico o monotrilho foi entregue ao Município 19 anos depois da construção aprovada. O projeto original previa um trajeto de 30 km, porém apenas 8 foram concluídos.

O empreendimento funcionou poucas vezes para teste que foram marcados por incidentes. Em setembro de 2000 o trem descarrilou em uma curva e 19 passageiros ficaram presos e foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Sem uso em 2003 duas pilastras caíram no rio próximo à ponte que liga o Country Club II na zona oeste.

Diante da discussão sobre o funcionamento ou não do monotrilho em 2014 o Ministério Público se manifestou na tentativa da assinatura de um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta entre a concessionária e a prefeitura, mas não houve acordo o que levou a justiça em 2016 estipular por meio de uma liminar, um prazo de 30 dias para que a prefeitura iniciasse obras de contenção dos taludes do Ribeirão Poços de Caldas que fica o trajeto dos trilhos, bem como a instalação das pilastras e das plataformas de embarque e desembarque que vinham sendo usadas como moradias de andarilhos e usuários de drogas.

Resta saber agora o que a prefeitura vai fazer com um empreendimento inoperante, uma vez que a situação financeira do Município é precária.