Corte da 6ª aula: professores e alunos protestam na porta da prefeitura
Dezenas de pessoas entre alunos, professores, servidores e pais participaram na manhã desta terça-feira, 5, de uma manifestação contra o corte da 6ª em cinco escolas da rede de Ensino Municipal de Poços de Caldas.
Por causa da chuva, os manifestantes se concentraram no coreto da Praça Pedro Sanches e dela seguiram para porta da Prefeitura.
Pela medida da Secretaria Municipal de Educação a partir de 2020 as Escolas Municipais José Raphael Santos Netto, Wilson Hedy Molinari, Vitalina Rossi, Antônio Sérgio Teixeira e o Colégio Municipal terão a grade curricular modificada devido ao corte da 6ª aula, conforme vem sendo feito o planejamento escolar para o ano que vem.
Cerca de 2 mil alunos devem ser afetados com a redução de aulas nas 5 unidades. Para Luciana aparecida de Moraes Correia, professora do ensino Fundamental II do Colégio Municipal, uma das escolas com maior número de estudantes afetados, o fim da 6ª representa um grande prejuízo para os alunos, pois eles vão deixar de ter disciplinas como produção de texto, raciocínio e lógica, ética, filosofia e inglês. “Com a retirada da 6ª aula vamos perder todas estas matérias que são fundamentais para os alunos quando chegarem ao Ensino Médio, principalmente quando forem prestar o Enem,” destacou a professora.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Marieta Carneiro, aproximadamente 300 professores também serão afetados pelo corte da 6ª aula. “Os professores terão os horários de trabalho alterados e ainda uma perda salarial significativa. Além do impacto pedagógico, tem o prejuízo financeiro para o professor que se preparou e organizou em torno desta nova jornada que foi amplamente discutida e implantada nas escolas,” explicou a presidente do Sindserv.
Durante a manifestação foi acordado que uma comissão se reuniria ainda na parte da manhã com o prefeito para uma negociação. “Vamos tentar uma negociação junto à Secretária de Educação, Maria Helena Braga e o prefeito Sérgio Azevedo, tentando sensibilizá-los da necessidade desta da 6ª aula para o funcionamento do projeto educacional de cada unidade, sendo que haverá prejuízo para todos, principalmente os alunos,” reforçou Marieta Carneiro.
A expectativa de um acordo é grande entre a comunidade escolar, que mesmo em pequeno número enfrentou a chuva e foi protestar contra a mudança. “ A justificativa da Prefeitura é economizar. Os alunos estudam em escola pública porque não podem pagar por aula particular de inglês, por exemplo, e estão tirando isso deles. Serão prejudicados aqueles que mais necessitam. Precisamos batalhar para garantir este direito dos nossos alunos e filhos. Os alunos têm direito a uma educação de qualidade e gratuita. Educação não é gasto, educação é investimento, finalizou a professora Luciana.
Nesta segunda-feira, em contato com a secretária de Educação, Maria Helena Braga, ela disse que irá se manifestar a respeito do assunto na próxima quinta-feira.