Empresário Paulo Molinari é transferido para o presídio de Passos
O empresário Paulo Molinari, de 73 anos, condenado a 25 anos de prisão pelo estupro da própria filha, agora cumpre pena na unidade prisional de Passos, região sudoeste de Minas Gerais a 200 km de Poços de Caldas. No dia 16 de março completou um ano que o empresário está preso.
A transferência do empresário foi confirmada ao Poçoscom nesta sexta-feira, 18, pela assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública – Sejusp. A Ascom informou que o empresário foi levado para a unidade de Passos no dia 2 de fevereiro deste ano.
O motivo da transferência seria o fato da unidade de Poços de Caldas estar interditada desde abril de 2019, quando a Justiça determinou que a capacidade máxima de detentos não poderia passar de 150 presos.
Ao atingir a capacidade máxima os detentos, já condenados devem ser transferidos para outras unidades.
O empresário foi condenado a 25 anos de prisão no dia 13 de setembro de 2021 e A sentença foi proferida pelo juiz José Henrique Mallmann, pelo estupro da própria filha. O crime era cometido ao longo de 18 anos.
O empresário cumpria pena em Poços de Caldas desde o dia 26 de março do ano passado. Após ser denunciado pela filha o empresário teve a prisão preventiva decretada e aguardava pelo julgamento no presídio de Poços de Caldas, onde permanecia detido desde o dia 26 de março do ano passado, depois de ser transferido da unidade de Botelhos.
Entenda o caso:
O empresário foi preso no dia 16 de março de 2021, após a mãe da vítima ter feito a denúncia junto à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). O suspeito foi levado para o presídio de Botelhos e após o período de quarentena foi transferido para a unidade de Poços de Caldas
Na época o mandado de prisão foi expedido pela Justiça após representação da delegada titular da Delegacia da Mulher. A denúncia foi feita pela mãe da vítima que encontrou um pen drive com gravações dos abusos.
Em depoimento a vítima contou que sofria abusos desde que tinha oito anos de idade e aconteciam na casa da própria vítima ou da avó. Os abusos pararam em 2020.
A vítima disse ainda à polícia que a primeira relação sexual aconteceu quando ela tinha nove anos de idade e que o pai ameaçava tirá-la da mãe e sumiria com os irmãos casos contasse para alguém.
O relacionamento da mãe com o pai não foi duradouro. Quando atingiu a adolescência ela tomou consciência de que “o carinho de pai para filha”, como o suspeito se referia aos abusos, não era normal. O suspeito a ameaçava em deserdá-la ou atropelar a mãe se ela contasse alguma coisa.
Em depoimento a vítima contou ainda que chegou a engravidar, porém foi obrigada a manter relações, pois o suspeito ameaçou de não pagar as despesas médicas durante a gravidez.
A vítima informou que decidiu denunciar o pai depois que a mãe dela encontrou um pen drive contendo vídeos dos abusos. A própria vítima quem gravou. O pen drive está em poder da Polícia Civil como parte das provas no inquérito.
Após depoimento, a delegada que presidiu o inquérito solicitou à justiça que emitisse um mandado de prisão e ainda uma medida protetiva à vítima, para o seu filho, os irmãos e a mãe dela diante as ameaças feitas pelo suspeito.