Enfermeiros da UPA e Margarita Morales ficam sem receber horas extras
Servidores da área de Saúde, mais precisamente enfermeiros da UPA e também do Hospital Margarita Morales, foram surpreendidos, nesta sexta-feira, dia 28. Ao verificar o salário, eles descobriram que não receberam as horas extras realizadas no mês de março.
Um grupo de aproximadamente 20 enfermeiros – formado por servidores que estavam trabalhando e outros que não estavam de plantão – foi até a Prefeitura para saber o motivo do não pagamento das horas extras.
De acordo com uma das representantes dos servidores, a enfermeira Carolina Bertozi, no dia 20 de março, eles receberam um memorando comunicando que, devido à crise financeira, a partir do dia 1º de abril, todas as horas extras seriam cortadas.
Porém, segundo Carolina, no dia que o memorando foi encaminhado, os servidores já tinham feito horas extras por conta da grande demanda no setor. “Nós não fazemos horas extras porque queremos. Se fazemos é porque nossos superiores pediram. Por causa da crise, muita gente deixou de pagar plano de saúde e está recorrendo ao serviço público e isso tem aumentado a demanda na UPA e, consequentemente, aumenta também o atendimento, sendo necessário fazer horas extras. Não existe uma máfia de horas extras”, desabafou a enfermeira.
Ainda de acordo com Carolina, além do aumento da demanda, a falta de funcionários na UPA também tem sido um dos motivos para a realização de horas extras. Atualmente, a UPA conta com 150 servidores, número que, segundo os enfermeiros, é insuficiente para atender a demanda.
Na Prefeitura, o grupo foi orientado a se reunir com o secretário adjunto de Saúde, Flávio Togni, na própria Secretaria de Saúde.
A reunião começou com um clima bastante tenso, com todos falando ao mesmo tempo e com tom de voz elevado. Após aproximadamente 40 minutos, o grupo saiu com a resposta sobre o motivo de não terem recebido as horas extras.
Falha de comunicação
De acordo com o secretário adjunto de saúde, o que houve foi uma falha na comunicação entre a Secretaria de Saúde e o Departamento Pessoal, já que não foi expedido um memorando autorizando o pagamento do excedente das horas extras. “Foi uma falha já reconhecida e conversada com os servidores. Esse documento já se encontra na Secretaria de Administração e está sendo providenciado o acerto de toda esta situação”, explicou o secretário adjunto.
Flávio Togni ressaltou, ainda, que toda hora extra necessária e essencial para que o atendimento à população não seja prejudicado será paga.
Sobre a falta de funcionários na UPA, segundo o secretário adjunto, no início desta administração, todos os setores da Secretaria de Saúde receberam a solicitação para fazer o redimensionamento do setor. “Esses documentos e estudos estão chegando ao nosso poder e se estas falhas existirem serão identificadas, discutidas e sanadas,” concluiu Togni.
Apesar do transtorno com a saída de alguns enfermeiros da UPA para resolver o problema do não pagamento das horas extras, o atendimento na unidade e também no hospital Margarita Morales continuou normalmente, sem prejuízo para a população, até porque também não houve adesão à paralisação desta sexta-feira, já que o ponto não foi abonado.