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Hoje, 522 anos do “Achamento” Brasil

Não tenho certeza se o mesmo ocorre também na maioria dos países, não comemorar o início da localidade que deu origem ás cidades ou aos países, mas sim, a data de elevação á comarca, e no segundo caso, o dia da independência. Basta notar os Estados Unidos, por exemplo.

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, do pintor Oscar Pereira da Silva. Óleo sobre tela, 1922. (Imagem: Wikimedia Commons)

O país pra em quatro de julho, o Independence Day. Já o dia de nascimento real poucos se lembram ou sabem.

No Brasil não é muito diferente, só que mesmo as comemorações do dia da independência não recebem o respeito merecido. São apenas um feriado a mais. Já o vinte e dois de abril nem feriado é. Já fiz reportagem pelas ruas centrais de Poços de Caldas perguntando se as pessoas se lembravam do que aconteceu em tal data. Mencionam Tiradentes, a inauguração de Brasília, a morte de Tancredo Neves, fatos que aconteceram no dia anterior, mas, nem se lembram do descobrimento ou “achamento do Brasil” como diziam os portugueses.

Mesmo em Portugal de então tal feito não se revestiu de grande importância, nem Pedro Álvares Cabral ganhou notoriedade, diga-se de passagem, ele não tinha nenhuma grande experiência para tal aventura que numa similitude de forma pode-se comparar à viagem a lua ocorrida quase quinhentos anos depois.

Pedro Álvares Gouveia era o nome dele, já que em Portugal da época, só o filho mais velho, nesse caso seu irmão Fernando, tinha o direito ao nome de família. Pedro Álvares, mesmo sendo de família de menos importância para a nobreza, namorava uma moça da casta lusitana, e por pedido dela recebeu a missão de comandar a frota em tal aventura. Ele queria que ele ganhasse alguma notoriedade.

A única experiência dele em tal tipo de navegação foi ter feito uma viagem menos importante com o navegador Vasco da Gama. Partiu de Portugal com treze caravelas, com aproximadamente mil e duzentos homens, sendo quatrocentos dos quais degradados. Não eram bandidos como conta a história oficial, mas principalmente, pessoas com opiniões políticas contrárias ao império.

Não há outra justificativa em enviar na escolta tantos presos, não fosse a certeza do que iriam encontrar pela frente. Não mandariam tantos degredados para a índia. A viagem cheia de erros e rebeliões foi considerada um fracasso. Das treze caravelas apenas três retornaram á Portugal. Enfrentaram grande batalha nas Índias, muitos dos homens morreram. Cabral, diante do considerado fracasso não foi reconhecido como descobridor.

Terminou seus dias de vida como modesto criador de cabras, nem túmulo tinha. Quando quatrocentos anos depois o Brasil pediu para que seus restos mortais fossem trazidos para cá, se recolheu alguns ossos em um túmulo da família da esposa onde outros parentes foram sepultados.

Acreditam-se que se tratavam dos restos mortais dele. Há registro também de que Magalhães, outro navegador já teria estado na terra de vera Cruz antes de Cabral.

Quando a carta de Pero Vaz Caminha chegou à Portugal dando informações do “achamento”, outro navegador, André Bianchi, descobridor das Antilhas muitos anos antes do descobrimento oficial do Brasil achou as explicações quanto a localização meio confusas. Escreveu então para o Rei de Portugal: Pegue aquele mapa de 1476 sobre a viagem ás Antilhas.

Note que há referencias sobre a localização do seu novo sítio. Em fim: hoje é dia do Brasil. Comemorar a data oficial com mais respeito é eliminarmos todas as mazelas que fazemos de conta não existir, inclusive na história.

One thought on “Hoje, 522 anos do “Achamento” Brasil

  • Rubens Correia Neissius

    Caro Roberto. Interessantes as informações a respeito do “descobrimento” . Mais uma dose de história que precisamos saber. Obrigado pelas informações.

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