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Inclusão: projeto “Mãos que falam” auxilia GMs no atendimento à pessoas surdas

Os guardas civis municipais de Poços de Caldas estão participando do projeto “Mãos que falam e ultrapassam fronteiras – Empatia”, desenvolvido pelo Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Dr. Tarso de Coimbra, que atende estudantes surdos e com deficiência auditiva. O objetivo é superar as dificuldades de comunicação, auxiliando os guardas municipais durante as abordagens e na interação com o público surdo.

Agentes aprendem o alfabeto manual durante formação na Dr. Tarso de Coimba – foto Secom

A formação teve início na última quinta-feira, 15, e contempla três encontros, sendo o último totalmente prático, realizado ao ar livre, para simular uma abordagem da GCM nas ruas da cidade. O projeto celebra os 60 anos do Centro Especializado Dr. Tarso de Coimbra e nasceu da necessidade real dos adolescentes surdos que esbarram constantemente na dificuldade dos ouvintes que não sabem como interagir com pessoas surdas no comércio e nos serviços de Poços de Caldas.

A coordenadora da unidade, Fabiana Scassiotti Fernandes Solia, abriu o primeiro encontro e falou da ideia do projeto. “No final do ano passado, nossos adolescentes colocaram que vão a lojas e os vendedores fogem quando veem que eles se comunicam através de sinais. Isso é preconceito? Não. Muitas vezes eles não sabem como agir, não sabem como perguntar o que eles precisam ou como colaborar. Então pensamos nesse projeto, no qual as pessoas que vivenciam essa dificuldade podem transformar a realidade. Afinal, nós somos a cidade, nós somos Poços de Caldas”, enfatiza.

O curso é ministrado pelos próprios alunos da instituição, que também já visitaram comércios e empresas da cidade. “Estamos aprendendo o básico da comunicação com os surdos, o alfabeto manual e a simbologia, que é algo novo para nós. No primeiro momento causou estranhamento porque realmente não sabemos nem como demonstrar o que estamos querendo saber. Foi bastante produtivo e o mais importante é que, depois do primeiro encontro, já conseguimos nos comunicar, perguntar a idade e solicitar uma documentação, por exemplo”, conta o GM Franselmo Lopes. Ele ressalta que a formação é objetiva e simula situações reais com as quais os profissionais se deparam no exercício da profissão.

“A maioria dos ouvintes pensa que se aprender o alfabeto manual já vai conversar com o surdo e não é assim. Mas é importante aprender porque demonstramos para o outro que estamos abertos a acolher, dispostos a aprender a língua”, explica a pedagoga Fabiana Scassiotti. Ela informa que as expressões facial e corporal são muito importantes porque dão a entonação durante a conversação. “A estrutura da língua de sinais não é a mesma da língua portuguesa. Cada coisa tem um sinal e a expressão facial é que dá entonação”, conta.

Participam da formação 10 guardas municipais. Nos dois primeiros encontros, os estudantes surdos ensinam os sinais em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para uma abordagem e, no terceiro encontro, será realizada uma simulação nos espaços públicos da nossa cidade, com interação entre a Guarda Municipal e o cidadão surdo.

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