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PM instaura procedimento para apurar ação de policias durante abordagem em blitz

A Assessoria de Comunicação Organizacional do 29º Batalhão de Polícia Militar de Poços de Caldas informou que foi instaurado um procedimento administrativo para apurar a conduta dos policiais, que participaram da abordagem de um barbeiro, na manhã de ontem no bairro Santa Rita. O barbeiro de 38 anos foi atingido por um disparo de pistola com impulso elétrico durante uma blitz.

Um procedimento administrativo vai apurar a conduta dos policiais durante a abordagem – foto arquivo

O condutor seguia pela Rua Humberto Campos, próximo ao Monjolinho quando passou por uma fiscalização de trânsito. Momento este que foi dada ordem de parada, porém o barbeiro teria seguido mais à frente, quando foi abordado.

Após verificar que a documentação do veículo constava como exercício de 2020 e de que o barbeiro não era habilitado, o condutor foi informado de que o carro seria removido.

De acordo com o advogado do barbeiro, Pedro Lourenço, o cliente dele tentou argumentar com os policiais que não parou na hora, pois não havia lugar para estacionar o veículo na via.

O cliente informou ainda aos policiais de que a documentação estaria em dia, mas que precisaria ligar para o sogro dele, dono do veículo e também para um despachante para resolver a situação e evitar que o carro fosse removido. Porém após se recusar a entregar a chave para os policiais ele recebeu voz de prisão.

Em depoimento na delegacia, os policiais e uma testemunha disseram que o condutor desacatou os PMs e ainda se desvencilhou no momento em que seria imobilizado e algemado, empurrando os dois.

Os policiais solicitaram a chave por quatro vezes e diante da recusa o policial sacou a pistola de impulso elétrico (taser) e ordenou que o condutor se ajoelhasse para ser algemado, o mesmo se recusou e foi atingido pelo disparo.

Um vídeo que circula pelas redes sociais registrou o momento do disparo, porém não tem registro da abordagem desde o início.

No momento em que houve a resistência por parte do barbeiro, um dos policiais avisou que toda a ação seria gravada por uma câmera afixada no colete dele. As imagens devem ser usadas durante a apuração dos fatos.

Após a prisão, já na delegacia foi feita uma nova consulta ao sistema informatizado e a documentação do veículo estava com o exercício de 2022.

Liberdade provisória

Na tarde desta quarta-feira, o advogado de defesa conseguiu junto à Justiça a liberdade provisória do barbeiro, que deixou o presidio local. “Meu cliente disse que não houve desacato e não tentou agredir os policiais. Ele tentou explicar que a documentação estava em dia e que precisava ligar para o sogro e o despachante antes que o carro fosse removido e por isso demorou a entregar a chave. Pela imagem do vídeo, aparentemente houve o uso da força desproporcional, disse Pedro Lourenço.

O advogado disse também que vai aguardar o trâmite do processo criminal e que a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados também analisa a forma como foi feita a abordagem.

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