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Sindicato dos Jornalistas repudia censura contra equipe de TV na apresentação do goleiro Bruno em Poços

Após o episódio no último sábado, 5, quando a equipe de jornalismo da TV Alterosa de Varginha foi impedida de fazer perguntas ao goleiro Bruno, durante a apresentação oficial dele no Poços de Caldas Futebol Clube, o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais emitiu uma nota de repúdio contra a atitude, considerada como censura, tomada pela advogada de defesa do goleiro.

Microfone da equipe foi retirado da mesa antes da coletiva de imprensa

Assim como os demais veículos de imprensa, a equipe de jornalismo da TV Alterosa, fez o credenciamento prévio para a cobertura da apresentação e coletiva. Porém momentos antes de iniciar a entrevista, a equipe foi impedida de colocar o microfone na mesa com os demais veículos, sendo permitido apenas fazer imagens da apresentação.

Em outubro de 2018 Bruno perdeu o direito de trabalhar na APAC de Varginha, depois de ter sido flagrado no horário de serviço por uma equipe da TV Alterosa em um bar na companhia de duas mulheres.

Ainda durante a coletiva os jornalistas não puderam fazer perguntas sobre a condenação dele, como mandante do assassinato da modelo Elisa Samúdio e ocultação de cadáver. No final da coletiva o goleiro pediu desculpas à equipe dizendo ter sido pego de surpresa com a medida da advogada dele.

Na última segunda-feira, o então assessor de imprensa do Vulcão, o jornalista André Vince, se pediu afastamento da função, pois não concordou com a proibição da participação da equipe de TV na coletiva. No dia da apresentação o jornalista disse também ter sido pego de surpresa.

Leia a nota de repúdio na íntegra

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais vem a público manisfestar seu repúdio veemente a mais uma censura imposta a jornalistas, dessa vez pelo Poços de Caldas Futebol Clube, da terceira divisão, a uma equipe da TV Alterosa Sul de Minas, de Varginha. A equipe, que havia sido credenciada e se deslocou 153 quilômetros para cobrir a apresentação do goleiro Bruno pelo clube, no sábado 5/10, foi impedida de participar da entrevista coletiva e teve seu microfone retirado da mesa.

A censura, feita a pedido da advogada do goleiro, Mariana Nicolini, profissional que deveria zelar pelo respeito à Constituição, foi uma retaliação ao trabalho de reportagem exemplar da emissora. Há um ano, a TV Alterosa Sul de Minas flagrou Bruno acompanhado de mulheres e cerveja em um bar, no horário em que deveria estar cumprindo pena prestando serviços em uma associação de proteção e amparo aos condenados. Em consequência da reportagem, o goleiro não obteve progressão da pena para o regime semiaberto, o que só veio a acontecer em julho deste ano.

O SJPMG solidariza-se com os jornalistas da emissora e conclama imprensa e sociedade a resistirem e denunciarem a censura que se espalha pelo país, cometida por todo tipo de autoridade e agente privado, sob as mais diversas alegações. O artigo 220 da Constituição veda a censura e garante a liberdade de informação jornalística. Não podemos aceitar esses retrocessos. Censura nunca mais!

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

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