TJMG participa de lançamento do vídeo institucional sobre as Apacs Femininas
O desembargador Jayme Silvestre Corrêa Camargo representou o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, na solenidade de lançamento do vídeo promocional da campanha “Apac Feminina: dignidade e respeito às mulheres privadas de liberdade”, realizada nesta sexta-feira (27/10). A solenidade contou com a presença de mais de 70 pessoas, incluindo as recuperandas da Apac Feminina de Belo Horizonte, defensores públicos, representantes das Apacs de Itaúna, Governador Valadares, São João Del Rei e Conselheiro Lafaiete, além de membros da FBAC.
A campanha é uma promoção da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), em parceria com o TJMG e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG), e tem como lema: “Não é sobre onde estive, mas sobre onde quero estar”, com foco no empoderamento e empreendedorismo feminino de quem se encontra no sistema Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Entre os objetivos estão alcançar mais financiadores e parceiros com características de empreendedorismo e empoderamento feminino; aumentar o número de visitas da sociedade às Apacs Femininas e também dar maior visibilidade à Metodologia Apac. Hoje, existem nove unidades de Apacs Femininas no país, oito delas em Minas, que atendem a um total de 700 recuperandas.
A mesa de honra foi composta pelo desembargador Jayme Silvestre Corrêa Camargo; pelo presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), juiz Luiz Carlos Rezende Santos; pela presidente da Apac Feminina de Belo Horizonte, Maria Geralda Cupertino; pelo diretor do Centro Internacional de Estudos do Método Apac (Ciema), Valdeci Antônio Ferreira; pela diretora geral da FBAC, Tatiana Flávia Faria de Souza; pela juíza da Comarca de Itapecuru Mirim, no Maranhão, Mirela Freitas; pela defensora pública e conselheira da FBAC, Ana Paula Starling Braga; pelo gestor do Instituto Minas pela Paz, Maurílio Pedrosa; pela assessora da deputada estadual Ana Paula Siqueira, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da União, Hélia Brito da Cruz; pela coordenadora dos cursos de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Sandra Freitas; pela representante do Negócio Social Raízes, Mariana Madureira, e pela gerente da Avis Brasil, Débora Amaral.
Também participaram do encontro o coordenador estadual do Sistema Prisional, defensor público Leonardo Abreu; os defensores públicos do Maranhão Susana Camilo e Bruno Dixon e a defensora pública do Rio Grande do Sul Cíntia Luzzatto.
Investimento na ressocialização
Para o desembargador Jayme Silvestre Corrêa Camargo, o evento realizado nesta sexta-feira é da maior magnitude, pois a divulgação do vídeo e a campanha mostram a força e o trabalho desempenhado na recuperação das internas. Ele disse que conheceu a eficácia do método Apac só após visitar o complexo na cidade de Frutal, integrado por uma Apac Masculina, uma Feminina e uma Juvenil.
“Eu realmente não acreditava e hoje sou um grande entusiasta. Quando voltei de Frutal, toda a minha ideia foi modificada, e percebi o quanto este programa é importante. As recuperandas têm a chance de se beneficiar do sistema, assim como os familiares, a própria sociedade e todos nós, com todo o trabalho que vem sendo feito. Agora, precisamos que este vídeo seja amplamente divulgado, para que nós tenhamos, em um futuro próximo, uma maior amplitude do programa”, afirmou.
O presidente da Amagis, Luiz Carlos Rezende Santos, também disse ser um grande defensor das Apacs e de sua expansão. “Hoje, foi mais um momento de afirmação da metodologia das Apacs. E aqui, em especial na Apac feminina, foi essencial mostrar a importância de modificar, de se debater a política de cumprimento de penas das mulheres no Brasil. Acho que a Apac pode oferecer muito de subsídio, de informação e de debate para que este tipo de encarceramento seja o mais humanizado possível “, afirmou.
Para a diretora da FBAC, Tatiana Faria, ainda existem muitos desafios no processo de ressocialização das mulheres. “Na recuperação, nós estamos fazendo um trabalho muito digno, tanto que a reincidência das Apacs femininas é de 2,84. Mas, no processo de ressocialização, precisamos fazer ainda inúmeros avanços. As mulheres precisam voltar como transformadoras sociais e mais cientes de seu papel político e econômico na sociedade. O objetivo desta campanha é avançar no diálogo para criar um ambiente de reinserção social mais digno para a mulher presa”, disse.
Escolhas e sonhos possíveis
Durante a solenidade, a recuperanda Neide Aparecida do Nascimento fez uma performance encenando uma conversa entre uma professora e suas alunas na sala de aula, com o objetivo de contar uma história para ilustrar os sonhos das detentas de estudarem e se tornarem profissionais como advogadas e jornalistas. “Minha história foi sobre escolhas na vida. Foi sobre podermos ser o que quisermos ser, sermos o que escolhemos ser. E também sobre o fato de a prisão estar na mente das pessoas. Eu só estou privada de liberdade, mas minha mente é totalmente livre”, ressaltou.
Para fechar o evento, a recuperanda Elizete Paula Diniz Ribeiro leu uma poesia de sua autoria. Ela contou que está na Apac há dois anos 2021 e que, desde então, já escreveu mais de dois mil poemas. “Minha inspiração surgiu depois que entrei aqui. E estou juntando todos para um dia poder publicar”, disse.
Em um de seus versos, Elizete agradeceu aos responsáveis pela campanha: “Olha, a FBAC veio com um tema, e ele é espetacular. Não é onde eu estive, mas sim onde eu quero estar. E, por conhecimento de causa, isso veio a calhar. Porque onde eu estive, eu não quero nem lembrar. Mas onde eu quero estar, eu já estou lá. Porque com a minha escrita eu posso voar”.
Confira neste link a transmissão completa do evento.
Veja aqui na íntegra o vídeo Institucional das Apacs Femininas (2023).
Acesse o álbum de fotos da solenidade de lançamento do vídeo promocional da campanha “Apac Feminina: dignidade e respeito às mulheres privadas de liberdade”.
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Fonte: Tribunal de Justiça de MG