CulturaDiversosHistorias de PoçosNotíciasRoberto Tereziano

ZEUS E AS CHUVAS EM POÇOS DE CALDAS

Não se pode negar que a chuva tem sido por demais generosa com Poços de Caldas. Temos visto índices pluviométricos assustadores nas previsões para várias cidades, e o que é mais grave.

Na Mitologia Grega, Zeus era o deus dos deuses o soberano do Monto Olimpo, o Deus do Trovão

Tais previsões tem se cumprido produzindo prejuízos consideráveis e até vidas sendo ceifadas. A pesar disso, mesmo que tem chovido há vários dias em Poços de Caldas as pancadas têm sido moderadas e alternadas não tendo provocado grandes problemas comuns em tais períodos chuvosos.

Já faz tempo que não temos mortes em função dos deslizamentos. O ultimo, acredito, já tem mais de vinte anos e ocorrera na zona leste, próximo ao antigo centro Social Urbano, em uma casa já interditada e desocupada pela defesa civil, quando crianças foram brincar no imóvel vazio.

Tivemos grande inundação em janeiro de dois mil, quando vários bairros foram alagados e mais recentemente, em dois mil e dezesseis quando houve grande precipitação e toda a área central inundou causando grande prejuízo, mas nenhuma vítima fatal.

Apesar da condição geográfica ser bem favoráveis às inundações como ocorriam no passado, antes da construção da represa Saturnino de Brito, o risco ainda se agravou com o crescimento da cidade e a impermeabilização de vários pontos com construções em áreas não recomentadas e ainda impermeabilização produzida por vias asfaltadas, desmatamentos, etc.

Os setores públicos da cidade têm por vício algumas falhas importantes a serem corrigidas. Pequenos problemas não são resolvidos por ser pequenos. Quando ficam grandes faltam vergas para solucioná-los. Assim vão sendo protelados e engavetados eternamente.

Uma pesquisa realizada em dois mil e seis pela universidade federal de Itajubá e a muito engavetada já mostrava os riscos de alagamentos que se cumpriram em dois mil e dezesseis. Há outro estudo bem mais recente realizado em Poços de Caldas por setor do Ministério de infraestrutura e apresentado publicamente para a prefeitura, que mostrou a existência de aproximadamente duzentas casas com grande perigo de desabar por serem construídas em lugares por demais inclinados e com riscos de deslizamentos.

O mais curioso é que tal estudo não pesquisou casas modestas das nossas periferias. Eram casas de bom padrão, com aprovação dos setores “competentes”, mas. que jamais poderiam ser aprovadas pelas condições do terreno. O que muito contribui para que tais sinistros não sejam tão frequentes é que o solo de, praticamente toda a cidade é por demais rochosos.

Fosse, pelo contrário, arenoso, muitas das casas apontadas como construções de risco não estariam de pé. Resta ao poder publico muito mais responsabilidade ao aprovar certas plantas.

Ter em mãos um estudo histórico pluviométrico e respeitar o que chamados de memória hídrica, pois ele cobra seu lugar de direito. Não permitir que determinadas regiões sejam impermeabilizadas e, acima de tudo, planejar novas bacias de retenção, especialmente na zona leste, para que se tenha mais controle do volume de água de chuva que vem para o centro da cidade em tempos chuvosos.

Resta ainda que os rios da área central sejam mantidos limpos para garantir mais velocidade no volume d’água, galerias fluviais sempre com boa manutenção, represa Saturnino de Brito desassoreada e, que não mais se permita canalizar rios da cidade. Se bem que obras preventivas não fazem mais parte da cultura publica de Poços de Caldas.

Resta ainda rezar para que Zeus, que controla a natureza continue sendo generoso e equilibrado para com Poços de Caldas.

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