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Caso Pavesi: médico Álvaro Ianhez é condenado a 21 anos de prisão em regime fechado

O nefrologista, Álvaro Ianhez, de 75 anos, foi condenado a 21 anos e 8 meses de prisão. A Sentença lida na tarde desta terça-feira, 19, pelo juiz Daniel Chaves, no Fórum de Lafayte em Belo Horizonte.

A sentença foi proferida no segundo dia de julgamento – foto TJMG

Ianhez foi condenado pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, em Poços de Caldas.

Após a leitura o juiz determinou que fosse cumprido o mandado de prisão expedido contra o médico e negou que o direito do médico recorrer em liberdade.

O julgamento durou dois dias, sendo que as testemunhas, inclusive o pai da vítima, Paulo Pavesi e o réu participaram da audiência por meio de vídeo-conferência.

Paulo Pavesi, a única testemunha de acusação falou de Milão na Itália, já o médico prestou depoimento de um endereço particular em São Paulo.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Como não estava de forma presencial no julgamento, o médico deverá ser apresentar e cumprir a ordem judicial. Ainda segundo a assessoria, se isso não ocorrer, ele será considerado foragido e os sistemas integrados das polícias, inclusive internacional, Banco Nacional de mandados de prisão e Polinter por exemplo, são comunicados.

As investigações apontaram que Paulo Veronesi Pavesi, na época com 10 anos de idade, faleceu no dia 21 de abril de 2000, quando os médicos acusados atestaram sua morte encefálica.

De acordo com o Ministério Público essa foi uma das diversas irregularidades ocorridas no atendimento ao garoto, pois como interessados no transplante de órgãos, havia vedação legal para que eles atuassem na constatação da morte do paciente.

Os jurados do Primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte acataram a tese dos promotores de que o médico cometeu homicídio qualificado, por motivo torpe e ainda com o agravante de ser a vítima menor menor de 14 anos.

Médicos condenados aguardam por recurso em liberdade

Em janeiro deste ano, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. Já Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.

Os dois médicos condenados no dia 30 de janeiro foram soltos no dia 19 de fevereiro, após o Superior Tribunal de Justiça em Brasília conceder um Habeas Corpus e aguardam pelo recurso em liberdade.

Outros três médicos chegaram a ser condenados em 2014, mas a sentença foi anulada dois anos depois.

Relembre o caso

O caso Pavesi teve como início o ano 2000, após a morte de Paulo Veronesi Pavesi.  O menino na época com 10 anos caiu de uma altura de dez metros, e segundo as investigações, teve o exame que indicou a morte encefálica forjado para a remoção dos órgãos.

Os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado.

De acordo com a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos da vítima.

Segundo a Justiça, o exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado, e o menino ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Os quatro negam qualquer irregularidade, tanto nos exames quanto nos transplantes aos quais Pavesi foi submetido.

A pedido do Ministério Público, na época o promotor Sidnei Boccia, o julgamento foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte em agosto de 2014, para evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.

A denúncia de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas resultou no descredenciamento da Santa Casa para a realização de transplantes e remoção de órgãos em 2002 e também a extinção da entidade MG Sul Transplantes, responsável por coordenar as ações no Sul de Minas.

O processo de Paulinho Pavesi ficou conhecido também como o “Caso 0”, que deu origem a uma investigação apurou irregularidades na retirada de órgãos em outros 8 processos.

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