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Justiça bloqueia R$ 7 milhões de quadrilha que aplicava o golpe do cartão

A quadrilha que agia em Poços de Caldas e em cidades de mais três estados teve aproximadamente R$ 7 milhões bloqueados pela justiça.

O bloqueio de bens é um dos resultados da operação Contragolpe apresentado na sexta-feira, 6, pela Polícia Civil de Poços de Caldas, que trabalhou nas investigações.

A quadrilha teve aproximadamente R$ 7 milhões bloqueados pela Justiça – foto Polícia Civil

A ação teve como objetivo desarticular organização criminosa que atuava em âmbito interestadual com o conhecido “golpe do cartão” ou “golpe do falso motoboy”, onde a vítima era induzida a entregar o cartão e dados bancários para os criminosos que se passavam por funcionários de instituições financeiras.

Diante dos elementos de prova coletados, a Polícia Civil representou pela prisão cautelar e pelo bloqueio de bens dos envolvidos, medidas esta que, após analisadas pelo Ministério Público, foram deferidas pela Justiça da comarca de Poços de Caldas.

Com as ordens judiciais, foi deflagrada a operação Contragolpe, com o apoio da Polícia Civil de São Paulo, para o cumprimento de mandados de buscas e apreensão, prisão cautelar e bloqueio de bens, nas cidades paulistas de Indaiatuba e Salto, e em Cuiabá, no Mato Grosso.

Bloqueio de bens

Foram bloqueados aproximadamente de R$7 milhões, todos adquiridos com dinheiro oriundo dos crimes.

Com o avanço das investigações, foi identificado que os criminosos possuíam milhares de dados cadastrais de correntistas de instituições bancárias de todo o Brasil, dos quais centenas se tornaram vítimas do grupo criminoso.

Durante a operação dezesseis pessoas foram presas e se encontram no sistema prisional à disposição da Justiça. Elas respondem pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir os 28 anos de reclusão.

O dinheiro e bens apreendidos em poder dos investigados deverão ser utilizados pela Justiça para ressarcir as vítimas dos golpes.

Como eram aplicados os golpes

Durante as investigações, os policiais civis identificaram que o golpe tinha a seguinte dinâmica: os criminosos, em posse de informações privilegiadas, principalmente de titulares de contas bancárias e telefone de pessoas idosas, realizavam contato telefônico com as vítimas, informando que o cartão de crédito do titular da conta havia sido clonado.

Integrantes da quadrilha ostentavam vida de luxo em condomínios de alto padrão – foto Polícia civil

Para a vítima não ter prejuízos financeiros, deveria fazer uma carta contestação de próprio punho, para que um funcionário do banco e/ou da delegacia fosse até sua residência buscar o cartão, sob pretexto de submetê-lo à perícia.

A vítima, induzida a erro, entregava o cartão com a senha aos golpistas, que passavam então a realizar saques e compras em máquinas de cartão de crédito habilitadas pelos próprios estelionatários, gerando grande prejuízo financeiro às vítimas.

Somente em Poços de Caldas, os criminosos lesaram seis vítimas, com prejuízo financeiro de aproximadamente R$400 mil. Durante o curso das investigações, foram identificadas 15 pessoas envolvidas no esquema, cada uma delas com função específica na organização criminosa.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Thiago Henrique do Nascimento Moreira, “os criminosos, com o dinheiro obtido com os crimes, ostentavam vida luxuosa nas redes sociais, mesmo sem qualquer renda lícita a justificar seu estilo de vida”, finalizou o delegado.

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