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Medicamento abortivo era vendido na internet naturalmente

Esta foi uma das constatações das investigações durante a Operação Anjo da Morte deflagrada pela Polícia Civil de Poços de Caldas e que resultou na prisão de um homem, acusado de tráfico de drogas, uma vez que comercializava o medicamento abortivo, conhecido como Cytotec, tinha composto por substância constante na Portaria 344/1998, da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Suspeito vendia o medicamento para mulheres em 20 cidades do país – foto Polícia Civil

Durante a entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 28, o delegado responsável pelo caso, Cleyson Brene, e o delegado regional, Gustavo Manzoli, falaram das investigações e como chegaram até o suspeito, Antônio Carlos dos Santos, de 47 anos, que não tinha passagem pela polícia e se dizia ser do ramo da construção civil.

De acordo com o delegado Cleyson Brene as investigações iniciaram depois que o setor de inteligência detectou indícios de tráfico durante monitoramento na internet. Os investigadores descobriram que dos Santos oferecia o medicamento em um site de compras naturalmente, como se fosse um produto qualquer. As mulheres interessadas acessavam o anúncio e faziam o contato via whatssap.

Na tarde de quinta-feira, os investigadores localizaram o suspeito na área central momentos antes de se encontrar com uma de suas clientes e foi preso em flagrante.

Pelas conversas identificadas no celular do suspeito, a Polícia Civil descobriu que dos Santos agia há pelo menos um ano e meio e tinha clientes em 20 cidades no Estado de São Paulo, principalmente em Campinas, Rio de Janeiro e também em Belo Horizonte.

O suspeito enviava o medicamento para as clientes via correio em envelope bancário e discriminava o produto com pen drive. Cada comprimido era vendido por R$ 100,00 e eram necessários 4 ao todo para que o aborto fosse eficaz.

Nas mensagens interceptadas dos Santos garantia a qualidade do produto e caso não desse certo ele devolveria o dinheiro. Após o aborto as mulheres o agradeciam e enviavam fotos dos embriões como forma de comprovante do aborto. Como agradecimento elas o chamava de anjo, dai o nome da operação ‘ Anjo da Morte”.

Dos Santos disse aos investigadores que o medicamento vinha do Paraguai. O suspeito foi preso por tráfico, mas poderá ser indiciado ainda pelo crime de aborto. E para isso segundo o delegado regional, Gustavo Manzoli, as investigações serão intensificadas para identificar as clientes em Poços de Caldas. As mulheres que compraram o medicamento e o aborto foi consumado também vão responder pelo crime. O mesmo deve acontecer com as clientes de outras cidades, porém a investigação caberá à Polícia Civil de cada localidade.

Manzoli ainda destacou a importância da prisão do suspeito, pois além do crime de tráfico, a venda do medicamento representava também um risco à saúde e até a própria vida das clientes.

O misoprostol, mais conhecido como Cytotec, foi lançado no mercado para tratamento de úlceras gástricas e duodenais, porém se usado por gestantes dependendo da idade gestacional ele pode provocar aborto, uma vez que o medicamento provoca dilatação do colo do útero e contrações uterinas facilitando a expulsão do embrião.

O uso do medicamento é restrito, indicado apenas para a indução trabalho de parto ou abortamento, previstos por lei, em hospitais devidamente prescrito pelo ginecologista-obstetra.

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