Pais de bebê, vítima de espancamento, são transferidos
O casal vai responder por homicídio qualificado, maus tratos sendo que a mãe vai responder ainda por omissão.
Na última sexta-feira, 29, a Polícia Civil realizou a reconstituição do crime. Apenas a mãe participou. De acordo com o delegado, Fabiano Mazzarotto, que preside o inquérito, a mãe contou que as agressões ocorreram na noite de terça-feira, e começaram na sala, onde o bebê foi jogado com força no braço do sofá e depois no quarto onde foi jogado com mais violência no berço que teve o estrado quebrado com o impacto. No dia da prisão a mãe confessou que o pai espancou a criança, pois se estressou com o choro do bebê que sofria de cólicas abdominais. O agressor teria dado tapas no rosto e joelhadas na criança. O espancamento teria durado cerca de 2 horas. Porém a Polícia Civil acredita que os maus tratos tiveram início há pelo menos 40 dias.
Em entrevista ao Andradas Hoje Regional, o prefeito de Andradas, Rodrigo Aparecido Lopes, informou que uma sindicância foi instaurada para apurar o procedimento no atendimento da criança na Santa Casa, que hoje está sob a intervenção municipal. Será apurada a conduta no atendimento, uma vez que a criança com menos de 1 ano de idade vitima de uma morte súbita teria de ser encaminhada para o IML, de acordo com que determina as regras do controle de mortalidade infantil da cidade.
O Conselho Tutelar da cidade emitiu uma nota informando que atendeu a duas ocorrências na família e que nos dois casos não foram constatados indícios de maus tratos e que na ocasião, os pais foram ouvidos e orientados quanto à saúde e a parte social. Ainda segundo a nota a equipe já prestou depoimento à Polícia Civil.
Entenda o caso:
A morte do bebê aconteceu na madrugada desta quarta-feira, 27, em Andradas. Um agente funerário se recusou a preparar o corpo de um bebê de apenas 3 meses de idade para o velório, depois de suspeitar que a criança poderia ter sido vítima de maus tratos. O agente constatou indícios de lesões na cabeça e no tórax do bebê. A Polícia Militar foi chamada e os pais foram ouvidos. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe do SAMU foi acionada por volta de 1h30 da manhã depois que a mãe da criança, de 19 anos, observou que o filho não estava respirando. A mãe contou aos militares que estranhou o fato da criança não chorar para mamar e foi ver o que estava acontecendo e constatou que o bebê não respirava. Em contato com o SAMU, a mãe foi orientada a fazer massagem cardíaca até a chegada da equipe no sítio onde a família mora. Enquanto isso o pai, de 23 anos, aguardava na estrada pelo socorro. A criança foi levada imediatamente para o Pronto Socorro, mas não resistiu e morreu. Porém o agente funerário se recusou a preparar o corpo para o sepultamento, pois percebeu que haviam lesões na criança e chamou a PM. O medico do plantão relatou que não percebeu nenhuma lesão na criança e que ficou sabendo do fato após o contato do agente funerário. Ao serem questionados sobre os indícios de lesões, os pais contaram que na última quarta-feira, 20, a criança se feriu no momento em que a mãe penteava o cabelo do bebê a ponta do pente quebrou e a garra causou uma pequena lesão na cabeça da criança. O caso foi levado ao delegado de plantão e o corpo da criança foi levado para o IML de Poços de Caldas para apurar a causa da morte do bebê.