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Seminário debate os efeitos da exploração do urânio no Planalto de Poços

Em vista de toda a discussão ambiental em diversos contextos Poços de Caldas vai sediar o Seminário “Caldas deu Urânio para o Brasil, mas o que restou ?” A mobilização conseguiu reunir cientistas, especialistas, autoridades e ambientalistas com o intuito de trazer informações para a população, estimular o engajamento e criar uma agenda de acompanhamento dos processos de descomissionamento da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) no planalto de Poços de Caldas.

As consequências da mineração do urânio será um dos assuntos debatidos durante o seminário – foto arquivo/INB

O encontro acontece no dia 20 de setembro, a partir de 8h30 na Câmara Municipal de Poços de Caldas, aberto ao público. O convite é feito também aos estudantes, professores das áreas de ciências, universidades, autoridades, ambientalistas e população em geral.

O Seminário que acontece pela primeira vez em Poços organizado pela Articulação Antinuclear Brasileira tem como parceiros entidades como Greenpeace, Fundação Heinrich Böll, APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Sindicato dos Químicos de São Paulo e Um verteilen.

A Articulação Antinuclear Brasileira (AAB) foi criada em 2011 e é formada por indivíduos, entidades, movimentos socioambientais e pesquisadores. Busca fortalecer a luta antinuclear, promover a mudança do modelo energético brasileiro e defender o uso de energias renováveis. Trabalha em diversos eixos e setores com o objetivo de difundir informações que ampliem o conhecimento da população sobre as atividades nucleares e os perigos que elas representam para as gerações presentes.

Desenvolve campanhas, projetos e ações que buscam conseguir a participação das organizações, redes, movimentos sociais e a população em geral, para atuarem diretamente em iniciativas com foco nos graves problemas causados pelos impactos socioambientais da tecnologia nuclear.

A mina do Campo do Cercado ou Mina Osamu Utsumi foi o primeiro Complexo Mínero-Industrial brasileiro para a produção de concentrado de urânio. Entrou em atividade em 1982 e tinha como slogan “Caldas dá urânio para o Brasil”.

Com baixa produtividade, alto custo para produção e a descoberta de uma jazida de urânio muito mais rentável no município de Caetité, Bahia, em 1995 a mina do Campo do Cercado encerrou suas atividades, mas deixou um enorme passivo ambiental para ser resolvido.

Entre os palestrantes estão: o arquiteto, secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB, cofundador do Fórum Social Mundial, Chico Whitaker, a Procuradora da República Dra. Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri e o mestre em História e diretor da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, André Lopes Loula. Foram convidados ainda autoridades e entidades que representam o interesse das populações da região e aquelas que atuam em defesa das águas.  

PROGRAMAÇÃO

8h30 às 11h30:

Mesa de Abertura

Impactos das políticas ambiental e nuclear

Coordenador: Roberto Tereziano-jornalista

O Programa Nuclear Brasileiro

Dra. Marijane Lisboa

Marijane Vieira Lisboa, socióloga, professora da PUC-SP e ativista de causas ambientais

A política ambiental e o modelo minerário

Silvana Torquato-Engenheira Florestal, mestre em agronomia

As consequências da mineração de urânio em Caldas

Joelma do Couto

Fotodocumentarista-AAB-Articulação Antinuclear Brasileira

Leandro Barbosa do Couto-Movimento pela soberania popular na mineração-MAM/ ONG Nascentes do Rio Pardo-NARP

Direitos humanos e o ciclo nuclear

Chico Whitaker

Arquiteto, secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB, cofundador do Fórum Social Mundial

INTERVALO PARA ALMOÇO

13h30 às 15h15: 

Segurança e direitos da população e dos trabalhadores do setor nuclear

Coordenador: Fernanda Giannasi

Engenheira e ex-auditora fiscal do Ministério do Trabalho

Dra. Érica Coutinho

Coordenadora jurídica do escritório Mauro Menezes e Advogados de São Paulo

Dra. Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri

Procuradora da República

Hélio Rodrigues

Presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo

Depoimento de vítimas da radiação ionizante

15h30 às 17h30:

Efeitos biológicos da radiação ionizante

Coordenador: André Lopes Loula- mestre em História e diretor da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz

Dra. Maria Vera C. O. Castellano

Pneumologista e diretora do Serviço de Doenças do Aparelho Respiratório do Hospital Servidor Público do Estado de São Paulo

Dra. Regina Cioffi

Pediatra, ativista ambiental, criadora da Comissão das Águas da Câmara Municipal de Poços de Caldas

Dra Raquel Rigott­­o Archives

Ex-professora Titular da Faculdade de Medicina da UFC, Coordenadora do Núcleo Tramas/UFC, Membro do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, Membro da RBJA

Depoimentos: Caetité-BA, Angra dos Reis-RJ, Goiânia-GO, Santa Quitéria-CE

Apresentação cultural de encerramento

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