Poços de Caldas nos Primeiros Tempos
Começa amanhã a contagem regressiva para se comemorar os cento e cinquenta anos de Poços de Caldas. Desde 1872, quando oficialmente tudo começou o que marcou e garantiu o progresso da cidade foi um conjunto de homens de visão, políticos ou não, que se alternaram em pensar o futuro.
Tais nomes passam por Joaquim Bernardo da Costa Junqueira, que passando pela localidade a caminho de São Tomé das Letras-MG onde tinha familiares, ao ver a riqueza da fauna e da flora local, teve a iniciativa de pedir a sesmaria.
A ideia de se erguer uma cidade veio do Senador Floriano Godói, que ao saber da existência das águas termo medicinais em um período de medicina ainda bem rudimentar, soube visionariamente dimensionar a importância delas e concluiu que tal riqueza não deveria pertencer a pessoas isoladamente.
Deveria ser um bem a serviço de todos. Com tal ideia deu os passos legais para a formação do embrião que mais tarde seria Poços de Caldas. A decisão do senador passa pelo Coronel Agostinho Junqueira que em tal período era o dono da área, tendo ele e família concordado em ceder o espaço necessário para se implantar a estrutura inicial do lugarejo. Quando se fala em nascimento da estância a história passa para as mãos de Dr. Pedro Sanches de Lemos, médico que não mediu esforços para conhecer cientificamente as águas medicinais e suas aplicações na saúde.
Chegam para a localidade inteligências como Carlos Maiwald e João Batista Pancini, responsáveis pelo primeiro traçado urbanístico e muitos quase anônimos como os Cavini, Miglioranzi, Nikel Ferreira Lopes e tantos outros que ajudaram com a força braçal a realizar tal projeto.
Chega Antônio Teixeira Diniz, que se tornaria o primeiro hoteleiro, e, muitos médicos dentre os quais, Orozimbo Correa Netto, Francisco Faria Lobato e muitos outros, mas foi Dr. Mário Mourão que acompanhou todo o nascimento de Poços de Caldas, e mais tarde será ele também o baluarte para cobrar dos governantes que as ideias de Pedro Sanches sobre a modernização do centro de Poços de Caldas fossem executadas.
Tão fortes eram os sinais de que o lugar se tornaria uma importante cidade que foi inevitável a criação de uma Câmara de vereadores que antes das prefeituras já tinha uma intendência para administrar. Inegável também foi o peso da presença do Imperador D. Pedro Segundo para a inauguração do ramal da Mogiana em 1886.
A rota para o desenvolvimento estava lançada. Já tínhamos balneário, primeiras termas, cassino e um grande futuro. A fama só cresceu. Foi da Câmara de vereadores também a decisão de aceitar a implantação da ousada rede elétrica em um tempo em que o lugarejo era iluminado por lampiões.
Entram em cena também a partir de 1905, por decisão do presidente Wenceslau Brás, grandes prefeitos. Dr. David Otoni e Juscelino Barbosa, foram os primeiros a lançaram as bases fundamentais para o crescimento do lugar.
A fase que fecha tal ciclo de formação da cidade é concluída em 1915 com a ação do então prefeito Francisco Escobar, que administrou a cidade até 1918, quando a vila foi elevada à categoria comarca. Éramos a partir de então, um município de fato. Dentre outros prefeitos foram importantíssimas as administrações de Carlos Pinheiro Chagas e Dr. Francisco de Paula Assis Figueiredo que deixaram marcas até hoje imprescindíveis na infraestrutura de Poços de Caldas.
A chegada de Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade ao governo de Minas Gerais e, seu emprenho para a modernização do centro urbano também fecha o trabalho do nascimento de fato da estância termal com as construções do novo prédio do estabelecimento das termas, Palace Casino e reforma do Palace Hotel.
Só restava então que os futuros administradores, legisladores e governantes seguissem o modelo implantado pelos pioneiros.
